Como migrei para a área de produtos

Um breve relato sobre perspectivas de carreira e oportunidades de mercado

Faz pouco mais de um mês que sai da área de marketing, onde atuava como gestor de conteúdo, e passei trabalhar como Product Manager.

Desde que passei a compartilhar parte dessa jornada nas redes sociais, surgiu bastante interesse nessa transição de carreira e curiosidade de por que eu decidi sair de uma área onde eu tinha tanto êxito, para começar em algo completamente novo.

Eu tenho uma ampla experiência na área de tecnologia, onde fui analista de sistemas por muitos anos. Quando migrei para área de marketing, para trabalhar com conteúdo, meu objetivo era aprimorar minhas técnicas de escrita e conquistar experiência para virar um escritor melhor.

Passei quase 7 anos trabalhando com conteúdo e marketing para tecnologia. Passei por praticamente todas as atribuições que o marketing tem dentro de uma empresa e acabei me consolidando na carreira.

Só que o mercado mudou bastante. A forma como as empresas enxergam conteúdo em 2022 é bem diferente de como era lá em 2015. Apesar de ainda existir mercado e estratégias baseadas em volume para SEO, a parte criativa foi ficando de lado.

Os populares blogs, como em eram antigamente, deixaram de ter a mesma relevância como forma de consumir conteúdo, e passaram a trazer materiais cada vez mais plásticos, voltados quase exclusivamente para a otimização de mecanismos de busca.

Conteúdos mais opinativos ou criativos foram transferidos para outras mídias, como vídeos para o Youtube, Instagram e Tiktok.

É claro que todos os roteiros que formatam esses materiais ainda surgem de um texto bem feito, mas o que é minha especialidade, longos textos mesclando informações, estatísticas, opinião e uma perspectiva diferente do cenário, foram perdendo seu valor.

Quando surgiu a oportunidade de me tornar Product Manager pela empresa, enxerguei como a forma de migrar para uma carreira que está em ascensão e que traz um potencial de ganho salarial acima da média do mercado.

O gráfico abaixo foi extraído do Panorama de Product Management 2022-2023

A gente também precisa pagar as contas, né?

Além disso, o profissional de produto atua numa intersecção muito curiosa e que consigo me identificar bastante, organizando informações de negócio, necessidades do cliente e aplicando a criatividade para encontrar possíveis soluções.

Eu ainda me considero um profissional criativo e voltado a organização de informações. Por algum motivo, na minha cabeça, o processo ainda se parece muito com a forma como eu produzo textos para internet.

Muita pesquisa, entendimento das expectativas externas e descrições detalhadas para evitar dúvidas ou ambiguidades. E longe de mim tentar dizer que isso define o trabalho do profissional de produto, é apenas como as coisas têm funcionado para mim.

Na prática, eu sinto como se estivesse juntando todas as minhas experiências profissionais com empreendedorismo, tecnologia e marketing, numa nova função onde tudo se conecta.

Inicialmente achei que minha chegada ao papel de Product Manager era muito diferente do caminho feito por outros profissionais, por ter migrado de área dentro da empresa onde eu já trabalhava. No entanto, vim descobrir que esse é um dos caminhos mais comuns e aconselhados para fazer essa migração de carreira.

Porque apesar da área estar relativamente aquecida, existe uma grande procura por profissionais experientes, mas uma certa dificuldade para quem está tentando se inserir agora.

Acaba sendo mais fácil, do ponto de vista das empresas, procurar profissionais que atuam internamente em outras áreas e convidá-los a trilhar essa transição.

Quando você entende melhor a atuação do Product Manager, começa a fazer bastante sentido esse movimento.

O Product Manager precisa entender bastante do mercado onde a empresa atua. Deve conhecer o perfil dos clientes, os objetivos principais definidos pelos sócios e detalhes da operação que podem levar anos para serem absorvidos.

As técnicas que aprendemos nos cursos, como o que fiz na PM3, servem para organizar essas informações e coletar mais dados para embasar decisões. Mas essas técnicas só conseguem entregar valor quando existe esse conhecimento sobre os detalhes do negócio.

Assim, um coordenador de suporte que atua há anos com os clientes da empresa, sabe suas necessidades e dores, conhece cada uma das reclamações, os perfis dos melhores e piores clientes, é um candidato muito interessante para receber uma formação de Product Manager.

É mais fácil entregar técnicas, ferramentas e habilidades para quem já entende como a empresa trabalha, do que trazer alguém novo, que conhece as técnicas mas vai precisar de meses, ou até anos, para se aprofundar nas minúcias do negócio.

Isso sem falar em várias outras características necessárias para o trabalho do Product Manager, como capacidade de se relacionar com as pessoas, e que também se beneficiam de um histórico interno do profissional.

É claro que o Product Manager experiente sabe reduzir essa curva de aprendizado quando entra numa nova empresa, mas para quem está chegando agora, pode ser uma tarefa bem mais complicada.

Essa foi a lógica utilizada na empresa onde trabalho para fazer minha movimentação do marketing para a área de produto.

Além dessa transição interna, outro caminho interessante que pude observar são os profissionais com formações específicas, buscando atuar como Product Manager em empresas que exploram seu mercado de formação.

Uma advogada ou bacharel em direito, por exemplo, pode utilizar uma formação de Product Manager pensando atuar em Lawtechs, empresas de tecnologia voltada para o direito.

Nesse caso, o conhecimento técnico do direito adiciona um enorme diferencial na forma como esse Product Manager vai atuar. O mesmo vi se repetir com alguns engenheiros.

Pelo que tenho visto esses são os dois caminhos mais comuns e que, eu acredito, podem servir de direção para quem está tentando furar a barreira de entrada da área.

Conversei com muitas pessoas que estavam com dificuldades de conseguir uma entrevista inicial, mas acho que focar em vagas onde sua experiência profissional tenha certa conexão, ou começar atuando em outra área para ganhar conhecimento do negócio e depois tentar migrar internamente, me parecem boas estratégias.

É claro que estou relatando impressões muito superficiais que estão conectadas à minha curta experiência. Não tenho a menor intenção de ditar regras ou tentar definir de forma deterministica como funcionam as coisas.

São apenas impressões pessoais e que conversam com minha própria história.

Além disso, usei o termo produto aqui para me referenciar diretamente ao Product Manager, mas vale lembrar que existem outros perfis profissionais que atuam em conjunto nessa área.

Caso você tenha interesse em conhecer mais sobre a área de produtos e a carreira de product manager, visite o site da PM3.

A PM3 oferece cursos com certificações reconhecidas e respeitadas pelo mercado, sendo um dos principais nomes na formação de Product Managers.

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Este texto é uma parceria com a PM3.

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